Falando Sobre Envelhecimento

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (I.B.G.E.), mostram que o Brasil tem mais e 20 milhões de idosos e esse número só tende a aumentar nos próximos anos.
O envelhecimento é um processo natural da vida e é acompanhado de inúmeras mudanças de ordem física, psicoemocional e social.

Além disso, o envelhecimento da população aumenta em larga escala a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis.
Ainda de acordo com o IBGE, 3 em cada 4 idosos possuem algum tipo de doença crônica. São diversas as condições crônicas que acometem o idoso, destacamos algumas delas a seguir:

• Infarto agudo do miocárdio (I.A.M.) e angina – são as principais doenças isquêmicas do coração e são causadas pela obstrução ou entupimento gradual das artérias. Quando a obstrução é parcial chamamos de angina e quando é total e as células do músculo cardíaco morrem, denominamos infarto.
• Acidente vascular cerebral (A.V.C.): também conhecido como derrame cerebral, caracteriza-se pela perda de funções neurológicas após a ocorrência de um entupimento e/ou obstrução (A.V.C. isquêmico) ou ruptura (A.V.C. hemorrágico) dos vasos que levam sangue ao cérebro provocando a paralisia da área comprometida.
• Mal de Alzheimer e outras demências: são também classificadas como doenças degenerativas pois, aos poucos, o cérebro vai atrofiando e provocando morte das células cerebrais (neurônios). O Mal de Alzheimer se caracteriza pela diminuição progressiva da memória.
• Diabetes mellitus (D.M.): é uma doença do metabolismo caracterizada pelo aumento da glicose (açúcar) no sangue. Normalmente o açúcar ingerido é metabolizado (quebrado) por um hormônio chamado insulina. Nos diabéticos esse processo não ocorre adequadamente. O excesso de glicose no sangue ao longo dos anos pode causar prejuízos irreparáveis caso não seja tratado eficazmente.
• Hipertensão arterial (H.A.S.): também conhecida como pressão alta, se caracteriza pelos altos valores dos níveis de pressão dentro dos vasos sanguíneos (artérias e veias), fazendo com que o coração exerça um esforço maior para bombear sangue através desses vasos. A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para ocorrência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, entre outras condições agudas e crônicas.
• Reumatismo, em especial a artrose e a osteoporose: essas duas condições reumatológicas tendem a incidir mais com o avançar da idade e ambas causam dores, o que impacta diretamente na qualidade de vida dos idosos. A artrose é mais comum entre os idosos e atinge principalmente as articulações de joelho, mãos, quadris e coluna. A osteoporose é caracterizada pelo aumento da fragilidade dos ossos, o que aumenta o risco da ocorrência de fraturas.

Essas doenças, em sua maioria, podem ser prevenidas ao longo da vida ou até mesmo adiadas através de bons hábitos e acompanhamento médico adequado. A alimentação saudável, a prática de atividade física e realização de atividades prazerosas são alguns bons hábitos de vida que devem estar presentes na vida do indivíduo desde a infância.
No entanto, uma vez instalada, essas doenças pela característica da cronicidade, elas acompanham o indivíduo para sempre. Nesse caso, é de fundamental importância privilegiar ações que auxiliem a manutenção da autonomia da pessoa idosa para que ela conviva por mais tempo com uma maior qualidade de vida.
Nesse contexto está inserida a enfermagem domiciliar composta por profissionais que desempenham um papel de ensinar o autocuidado, auxiliar nas limitações impostas pela doença e contribuir com a adaptação à condição de saúde.

Por Veronica Torel de Moura
Consultora em enfermagem da Onconurse

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